terça-feira

Auto-sabotagem x Auto-responsabilidade: diferença entre quem quer que as coisas aconteçam e quem faz acontecer.

Por Thiago Ribas

Esses temas têm me chamado muita a minha atenção e por incrível que pareça quando eu tomei posse da sabedoria da auto-responsabilidade muita coisa já mudou em minha vida, e quando isso aconteceu, eu mudei meu mindset, eu saí do papel de vítima auto-sabotadora do meu próprio progresso, pois esse papel infelizmente a nossa própria cultura educacional, familiar, estatal e societária brasileiras nos impõe, para o papel de líder da minha própria vida. E quando isso acontece você tem a sabedoria de que é responsável por tudo, tudo mesmo, o que lhe acontece ou pelo que faz com aquilo que lhe acontece, e aí tem a clara certeza de que as únicas coisas que você não pode controlar são as catástrofes e nem a vida e os comportamentos de outrem, destes, você pode inspirar, ensinar.
São diversos exemplos de auto-sabotagem, um projeto que não sai do papel, uma idéia que não toma ação por N motivos, do tipo, não tenho dinheiro pra isso, preciso fazer mais um MBA, em fim, historinhas geralmente enraizadas no medo (ou do sucesso, ou de não dar conta...depois falaremos mais disso em outro post), mas para falar deste assunto quero exemplificar e assim vou trazer dois exemplos do meu dia a dia, com uma área da vida humana que ainda é muito negligenciada, a saúde e o hábito de praticar exercício físicos, vamos a eles então:

Cenário: um local para realizar sua atividade física até 5 vezes por semana em grupos reduzidos, com horário exclusivo e/ou flexível, possibilidade de reposições, com equipamentos modernos, espaço climatizado, atendimento individualizado, com profissionais de educação física qualificados e focados sempre à disposição, 2 avaliações físicas por ano, equipe de enfermagem disponível verificando os sinais vitais, além de especialidades médicas, nutricionista, psicologia, um ambiente familiar e isso tudo gratuito (no mercado, algo em torno de 400,00 por mês por um serviço parecido sem conta preços de consulta médica).

Exemplo 1 Auto-sabotagem: tem baixa frequência, quando vem chega atrasado, ou quando chega antes enrola mais do que pratica, entra no espaço faz uma esteirinha numa intensidade e volume irrisórios, aí vai para os equipamentos de musculação, sempre com aquela crença limitante de que tudo vai gerar dor, reclama, aí faz alguns poucos exercícios de um programa de 10 a 12 exercícios propostos e vai embora ou quando faz todos, a pressa é tanta que faz mal feito, sonega a carga, as séries e as  repetições... engana quem? O professor? Não, o professor não é o pai, é o conselheiro o mentor e este ainda sim, instrui, fala das técnicas, da importância, mas a informação entra por um ouvido e sai pelo outro. E assim, não há aprendizado e as consequências se mantêm e a dor não cessa, as doenças continuam descompensadas, nada muda pois o padrão persiste e as sementes são as mesmas.

Exemplo 2 Auto-responsabilidade: Chega no horário, respeita as normas, pratica, espera a adaptação acontecer, suporta o desconforto físico natural inicial, toma posse da informação recebida, pergunta mais, insiste, se habitua, aprende a gostar pois sabe da bênção que é o exercício, vai treinar de ônibus se precisar, na chuva, se não dá no horário dele vai em outro, faz bem feito, pede para ir mais vezes por semana, pois melhora, as sementes mudaram, aí sente-se bem, sente a vida pulsar, a felicidade ser mais duradoura, as problemas terem menos dificuldades, progride, o médico diminui ou retira os medicamentos, emagrece, controla a glicemia, a pressão arterial, o colesterol e o triglicérides uma beleza! E as dores de antes? Se não sumiram, estão muito menos frequentes, e as indicações de cirurgia? Não há mais necessidade, e a alegria? O sorriso no rosto é o cartão de visita e a disposição é a apresentação, a vida é dada aos anos e não mais os anos à vida.

Em fim, o exemplo 1 vai desejando acontecer algo ou reclamando de algo (falta instrução, é gratuito por isso não é bom mesmo, não vou com a cara dos professores, o atendimento, o local, o estacionamento difícil, o trânsito, a parquímetro, a falta de tempo, o excesso de trabalho...). Instrução nunca falta, tem o treinador a disposição, feedbacks, correções, fora a informação na ponta dos dedos a toda hora pois hoje vivemos a era da conexão, são pesquisas, vídeos, áudios, e-books, debates, textos... e assim, trago aqui uma das melhores frases sobre liderança que já ouvi: “ou você aprende ou você reclama”, pois é; custo a entender esse comportamento, algumas explicações já foram dadas por alguns mestres em comportamento humano: duas delas, as quais citei logo no começo deste texto, são: temos medo do sucesso/felicidade e/ou medo de críticas, de não sermos suficientes, e estes medos são reforçados diariamente por crenças limitantes advindas da criação no lar, da sociedade, dos professores na escola, dos “amigos”, educadores, religiões, etc.
Dói né? Pois é, podem pesquisar que encontrarão diversas teorias e propostas de mudança, mas não vou aprofundar mais aqui neste post pois seria necessário trazer essa reflexão para um campo mais amplo, mas uma coisa posso afirmar, a responsabilidade ainda é nossa mas por outro lado, sempre há tempo de mudar e devemos mudar, pois temos o dever de sermos os agentes criadores da nossa vida pois nosso mundo exterior é o reflexo do nosso mundo interior e se a responsabilidade é nossa, devemos querer e agir em direção da mudança.
Mas como estratégia prática para se habituar a fazer exercícios, como é o meu caso exemplo, lhe digo, procure algo que goste, que te apaixone, porque fazer o que não gosta é terrível, existem inúmeras modalidades, modelos, métodos; na piscina, no trampolim, no parque, funcional, crossfit, cross tudo, tudo é bom gente! Mas não fique na zona de conforto (que eu chamo de zona de insucesso) insistindo nessa com as velhas historinhas de sempre... a crise, o governo, o país, minha vida é assim, eu nasci assim, tá bom assim, se melhorar estraga, a dorzinha, o probleminha, a sogra, o tempo, o trabalho, o trânsito, a chuva, o frio, o calor, o parquímetro e a dificuldade de estacionar...
E enquanto isso, o exemplo 2 vai fazendo acontecer, de posse da sua auto-responsabilidade e do poder do hábito (aliás, leia o livro: O Poder do Hábito).
E assim, parafraseando um de meus mestres, Paulo Vieira, tá tudo certo, sem problemas também, pois cada um colhe o que planta, cada um tem a vida que merece, fiquemos tranquilos.
Quer mudar? Primeiro passo, auto-responsabilize-se, assuma o leme do barco que deve ser aprimorado a cada dia, ou seja, a sua vida, aí procure um bom conselheiro, mentor, professor, coaching, terapeuta, enfim, uma pessoa capacitada, perito naquilo que você se propõe a aprender para melhorar de vida, aprenda o que ele vai te ensinar e faça o que foi aprendido acontecer, ponha em prática, pois o saber vem dos mestres e dos livros mas a sabedoria está em quem faz aquilo que se aprende, ou diz saber.
E finalizo com uma frase de meu outro grande mestre, Chico Xavier: “Não reclame, não se faça de vítima, antes de tudo analisa e observa, a mudança está em tuas mãos, reprograma a tua meta, busque o bem e viverá melhor, pois embora ninguém possa voltar atrás e fazer um novo começo, qualquer um pode agora começar a fazer um novo fim”.

Ótima e auto-responsável vida pra você.

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