segunda-feira

Sedentarismo: Sua Empresa Também Vai Pagar Essa Conta.

O Sedentarismo já é o quarto maior fator de mortalidade global segundo a OMS e pode ser considerado o “Mau do Século” pois atinge 70% da população (urbana 60%, idosos 52,6%) e possui 50% de relação causal como fator de risco para desenvolver doenças crônicas como diabetes, hipertensão e principalmente à obesidade, a qual atinge 17 milhões de brasileiros e no mundo, da década de 60 até a primeira década do novo milênio apresentou um aumento de 50% em adultos e alarmantes 300% em crianças.
No estado de São Paulo o sedentarismo já é responsável por mais de 3,3% do total do gasto com saúde e o governo brasileiro já prepara seus cofres para investir mais de R$ 25 milhões em projeto específico para combater esse mal, mas muita economia já pode ser feita como uma simples caminhada, segundo o CELAFISCS (órgão estadual de grande respeito em pesquisas na área da saúde relacionada à atividade física) pelo menos 30 minutos de caminhada por dia, por exemplo, já poderia representar uma economia de mais de R$ 260 mil por ano aos cofres da saúde.
Muitas outras pesquisas vem apontando os impactos do sedentarismo, como mostram grandes revisões de literatura nos estudos de Prat at all 2012 e Garret at all 2004, onde já em 1995 se observara um gasto de mais de US$24 bilhões em recuperação de doentes crônicos nos USA e em 2000 essa conta apresentou um valor de US$ 83,6 milhões, sendo 56 doláres per capta com gastos em planos de saúde ocasionados pelo sedentarismo e no Estado de São Paulo os gastos chegaram a R$ 86 milhões, mostrando ainda que pessoas sedentárias exigem 54% a mais em tempo de internação.
Somando a essas pesquisas, Figueira Júnior 2006 também reforça os dados referentes ao impacto do sedentarismo na econômia das empresas e na qualidade de vida de seus colaboradores. Funcionários sedentários custam 36% (per capta) mais em despesas de saúde, além disso, essas pessoas são muito mais propensas a desenvolverem doenças crônicas, cujos quais, vão apresentar comprometimentos em relação ao trabalho, por exemplo, com relação às faltas: obesos 22% a mais que não obesos, hipertensos 28,2% a mais que normotensos. Em contra partida, os funcionários ativos podem apresentar uma economia de 46% nos custos com saúde quando comparados aos sedentários.
Essas pesquisas apontaram ainda que funcionários engajados em programas de atividade física custam menos às empresas; internações podem ser reduzidas em ½ dia em ativos comparados com não ativos e as visitas a hospitais e ambulatórios pode ser reduzidas em quase 20%.
Com relação aos programas de atividade física oferecidos pelas empresas e o impacto positivo que pessoas ativas ocasionam nas finanças das mesmas, Shephard em 1993 e Colditz, 1999, mostraram em suas pesquisas que 7.526 trabalhadores com lombalgia, após uma semana engajados em um programa de atividade física, 57% do grupo não reportava mais dores nas costas, após seis semanas 88% não era mais sintomático e após um ano, somente 1% ainda apresentava algum quadro degenerativo. A melhoria refletiu também na redução da fadiga muscular e tempo de recuperação de esforços pesados, diminuição em 31% dos erros nas atividades do trabalho.
Jackson em 1999, estudando os gastos de saúde de executivos americanos apontou que os sedentários apresentavam os maiores gastos, 36%, em relação aos fumantes e aos obesos, estes apresentavam também 54% a mais de tempo de internação quando comparados a executivos ativos.
Em ampla revisão de Shephard,1992 e Chenoweth,1998 apontaram redução de 23%, 34% e 50% nas faltas anuais, o que daria uma redução média de 2 a 5 dias ano por funcionário e empresas que investiram em programas de qualidade de vida tiveram: aumento médio de 39% na produtividade, redução média de US$ 128,58 anual para cada empregado nos gastos com o seguro saúde, redução de 20% a 25% em acidentes no local de trabalho, redução de 15% a 20% do absenteísmo, redução de 10% a 15% na rotatividade, redução de 20% a 25% no número de acidentes dos funcionários, aumento da produtividade de US$ 116,00/ano por funcionário, redução de US$ 30,00 nos custos com ausência de funcionários, economia de US$ 343 para cada empregado/ano na rotatividade, redução de 43% na incidência de lesões/ano, desconto para o funcionário de 32% no valor do convênio médico, redução média de US$ 531 por empregado/ano. Dados mais conservadores apresentaram economia de US$ 128, enquanto os menos conservadores apontaram para uma redução média de US$ 531,00 por funcionário nos custos diretos e indiretos com a saúde, levando a uma relação de custo benefício de US$ 0,50 a US$ 9,33.
Empresas de grande porte no mundo têm em média um retorno indireto de US$ 2,00 por funcionário para cada US$ 1,00 investido em programas de qualidade de vida num prazo de 12 a 24 meses, em alguns casos podendo chegar a bagatela de quase US$ 10 por funcionário como mostram alguns exemplos clássicos de grandes empresas como a Coca-Cola: US$ 5,00, a Coors Beverages: US$ 5,50, a Boeing: US$ 3,50, a Du Pont: US$ 2,50 e o City of Birmingham: US$ 9,33.
As hipóteses que orientam os resultados encontrados são: melhor relação do funcionário com a empresa e amigos; melhor auto-controle para a solução de problemas; maior poder de concentração e maior endurance psíquica; redução da ansiedade e aumento das idéias inovadoras; percepção de “ser importante” para o crescimento da empresa; maior potencial decisório e paciência na elaboração de estratégias.
Mediante ao exposto e reforçado pela grande “batalha” da competitividade, o engajamento das empresas em inserirem em suas estratégias a existência efetiva de programas de atividade física e qualidade de vida, muito além do que programas de ginástica laboral e a contratação de profissionais de educação física ou esportes e executivos especializados na gestão da qualidade de vida ou a terceirização desses serviços se fazem extremamente relevantes e importantes.
Thiago Mattus Ribas

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